quarta-feira, 21 de novembro de 2012

FUGA 5


FUGA 5 - TRANSE EM TRÂNSITO

Vivemos num mundo em trânsito. Migramos de um modo de organização da vida para outro. Na linguagem de Pierre Weill, somos literalmente mutantes e acompanhamos o transe entre um modo de ser e viver e outro, ainda em gestação. Para o filósofo Nietzsche, o ser humano como o conhecemos hoje, constitui ponte entre seus ancestrais antigos e uma nova espécie, um novo homem.

Nossa organização social, nossas instituições, nossas relações estão em transe. Transitam. E entre tantas mutações, a nave Terra, em estado de lotação, também muda. E começamos a considerar seriamente a célebre frase de Antonin Artaud, segundo a qual, o céu ainda pode cair sobre nossas cabeças. Literalmente.

O teatro, tanto assim, já caiu sobre nossas cabeças, e acompanha os transes de uma realidade em trânsito. Depois de séculos de certeza, o teatro do Ocidente conquistador descobriu-se como mais um entre tantos mundos possíveis. O melhor? O pior? O melhor e o pior teatro são relativos àquele que vê! Apenas um. O melhor teatro é aquele que nos faculta sermos pessoas melhores e artistas melhores. Tanto na arte quanto na vida.

Sob a temática TRANSE EM TRÂNSITO, o FUGA 5 será celebrado entre mudanças temporárias de calendário e estados de suspensão. Literalmente no meio do segundo semestre de 2012, que só mesmo terá fim acadêmico em 2013. Entre trânsitos. O FUGA 5 nos propõe refletir sobre os transes dos quais participamos: Das turbulências políticas de uma nação acostumada ao crime público, às transformações sempiternas da arte de ator.

Em todas as relações possíveis com as alteridades ficcionais/reais que o mythos comporta.  Em todas as transições espaço-temporais que nosso desprendimento da realidade permite.

Neste cadinho de transes, o FUGA 5 homenageia todas as formas “pobres” de se fazer teatro: da pobreza de recursos que nos obriga a repensar o sentido da arte, às opções preferenciais pela simplicidade das formas. Para quiçá redescobrir o brilho obtuso do ouro que ainda se oculta, nalguma pArte.