quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Memorial de Silêncios e Margaridas

II Colóquio de Biopolítica apresenta:


Memorial de Silêncios e Margaridas
Espetáculo solo de Narciso Telles
dia 14/12 | 21hs | Teatro Cine Ouro
ingresso: R$ 10,00 (inteira)




O Coletivo Teatro da Margem foi fundado em 2007 em Uberlândia a partir do projeto de pesquisa docente de Narciso Telles no Curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O projeto tem como objetivo trabalhar com os viewpoints e a composição como procedimentos de criação de espetáculos e performances. Ao longo destes 04 anos temos realizados espetáculos a partir de material antropológico ‘Canoeiros da Alma’, históricos ‘A Saga no Sertão da Farinha Podre’ e literários ‘Elas num tempo irrompido’. Memorial de Silêncios e Margaridas, unipersonal de Narciso Telles, segue esta linha de trabalho e aciona como material de composição os escritos de Eduardo Galeano e narrativas de torturados e torturadores dos anos de chumbo no Brasil. O espetáculo reconstrói a memória social deste período histórico, evocando vozes e silêncios. (Narciso Telles)

Em um passado ainda recente, foram instaurados regimes ditatoriais de governo, em diversos países latinoamericanos, onde as vozes dissidentes eram caladas com muita dor, crueldade e sofrimento. A dramaturgia de Memorial de Silêncios e Margaridas é uma busca dos sentimentos humanos em meio a histórias de pessoas impedidas das coisas mais simples de seus cotidianos e, de outras tão importantes como amar e sonhar. Partimos de narrativas e silêncios das pessoas, das suas músicas, das leituras de Eduardo Galeano, de Frei Beto, de visitas ao Memorial da Resistência, no antigo prédio do DEOPS, e muitas outras investigações, na tentativa de desvelar algumas marcas dos sobreviventes, dos mutilados e queimados, mas também daqueles que estavam do outro lado, daqueles que tiveram prazer em produzir rostos sem traços, em arrancar jovens de suas casas para jogá-los depois em terrenos baldios, em sepulturas clandestinas ou até no mar. Procuramos apenas falar um pouco desses seres humanos, não no sentido da rememoração de suas dores, mas para que não esqueçamos nunca que algo aconteceu e de como poderia ter sido diferente!  (Luiz Leite)

Narciso me convidou para participar de um solo a três, para compartilhar as memórias desse processo e ser seu olhar distanciado, de fora, na medida do possível.  O processo de criação privilegiou diversas memórias: individuais e coletivas sobre um momento histórico recente que se prefere silenciar.  Pensou-se a cena como um memorial daquilo que não queremos que seja esquecido. Não porque queremos ficar presos ao passado, mas porque somente podemos esquecer aquilo que é lembrado e transformado, porque não queremos que esses atos de repitam. Meu foco foi privilegiar as associações que Narciso fazia com essas memórias que não foram vivenciadas por ele, mas que povoam nosso imaginário. Não quisemos representar a dor e o horror dessas experiências, mas criar um memorial para reflexão. (Mara Leal)

 Ficha Técnica
Direção: Mara Leal
Atuação: Narciso Telles
Dramaturgia: Luiz Carlos Leite & Narciso Telles
Preparação vocal: Dirce Helena de Carvalho
Iluminação: Camila Barbosa Tiago
Figurinos: Mara Leal & Cátia Vianna
Sonoplastia: Cesar Lignelli & Narciso Telles
Cenografia: Emilliano Freitas
Operação de Luz e som: Coletivo Teatro da Margem
Costureira: Mao Minillo
Produção: Coletivo Teatro da Margem