Memorial de Silêncios e
Margaridas
Espetáculo solo de Narciso Telles
dia 14/12 | 21hs | Teatro Cine Ouro
ingresso: R$ 10,00 (inteira)
ingresso: R$ 10,00 (inteira)
O
Coletivo Teatro da Margem foi fundado em 2007 em Uberlândia a partir do projeto
de pesquisa docente de Narciso Telles no Curso de Teatro da Universidade
Federal de Uberlândia (UFU). O projeto tem como objetivo trabalhar com os viewpoints e a composição como
procedimentos de criação de espetáculos e performances. Ao longo destes 04 anos
temos realizados espetáculos a partir de material antropológico ‘Canoeiros da
Alma’, históricos ‘A Saga no Sertão da Farinha Podre’ e literários ‘Elas num
tempo irrompido’. Memorial de Silêncios e Margaridas, unipersonal de Narciso
Telles, segue esta linha de trabalho e aciona como material de composição os
escritos de Eduardo Galeano e narrativas de torturados e torturadores dos anos
de chumbo no Brasil. O espetáculo reconstrói a memória social deste período
histórico, evocando vozes e silêncios. (Narciso Telles)
Em
um passado ainda recente, foram instaurados regimes ditatoriais de governo, em
diversos países latinoamericanos, onde as vozes dissidentes eram caladas com
muita dor, crueldade e sofrimento. A dramaturgia de Memorial de Silêncios e Margaridas é uma busca dos sentimentos
humanos em meio a histórias de pessoas impedidas das coisas mais simples de
seus cotidianos e, de outras tão importantes como amar e sonhar. Partimos de
narrativas e silêncios das pessoas, das suas músicas, das leituras de Eduardo
Galeano, de Frei Beto, de visitas ao Memorial da Resistência, no antigo prédio
do DEOPS, e muitas outras investigações, na tentativa de desvelar algumas
marcas dos sobreviventes, dos mutilados e queimados, mas também daqueles que
estavam do outro lado, daqueles que tiveram prazer em produzir rostos sem
traços, em arrancar jovens de suas casas para jogá-los depois em terrenos
baldios, em sepulturas clandestinas ou até no mar. Procuramos apenas falar um
pouco desses seres humanos, não no sentido da rememoração de suas dores, mas
para que não esqueçamos nunca que algo aconteceu e de como poderia ter sido
diferente! (Luiz Leite)
Narciso
me convidou para participar de um solo a três, para compartilhar as memórias desse
processo e ser seu olhar distanciado, de fora, na medida do possível. O processo de criação privilegiou diversas
memórias: individuais e coletivas sobre um momento histórico recente que se
prefere silenciar. Pensou-se a cena como
um memorial daquilo que não queremos que seja esquecido. Não porque queremos
ficar presos ao passado, mas porque somente podemos esquecer aquilo que é
lembrado e transformado, porque não queremos que esses atos de repitam. Meu
foco foi privilegiar as associações que Narciso fazia com essas memórias que
não foram vivenciadas por ele, mas que povoam nosso imaginário. Não quisemos representar
a dor e o horror dessas experiências, mas criar um memorial para reflexão.
(Mara Leal)
Ficha Técnica
Direção: Mara Leal
Atuação: Narciso Telles
Dramaturgia: Luiz Carlos Leite & Narciso Telles
Preparação vocal: Dirce Helena de Carvalho
Iluminação: Camila Barbosa Tiago
Figurinos: Mara Leal & Cátia Vianna
Sonoplastia: Cesar Lignelli & Narciso Telles
Cenografia: Emilliano Freitas
Operação de Luz e som: Coletivo Teatro da Margem
Costureira: Mao Minillo
Produção: Coletivo Teatro da Margem